quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Estereótipos

Este esquema geográfico-simbólico merece ser comentado. Que categorias estão aqui subjacentes por de trás do esquema? estas representações podem ser atribuídas a quem? Porquê falar de estereótipos?

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Mais novas do Doc - o comentário da Tita

''Le bâteau en carton'' significa, pura e simplesmente, o que era feito aos ciganos, na época do holocausto; postos no mar negro em ''barcos de cartão'' tinha o cruel e único objectivo de exterminar a sua raça, afogando-os.
Este nome é o título do filme do realizador português José Vieira, um óptimo filme (género documentário) sem o propósito inicial de tal, sendo o seu objectivo primário captar imagens de um bairro de lata nos arredores de França, onde passou a sua infância.
Ao querer fazer esse trabalho, constatou com uma realidade muito pouco agradável: ciganos romenos habitavam nessa mesma área, junto à auto-estrada, vivendo em barracas construídas por eles (com os escassos materiais que tinham) e em más condições. Decidiu então explorar a situação e acabou por acompanhá-los e, de certa forma, ''estudá-los'' pois ao longo da metragem, mostra-nos o que aquele povo sofre e ao que é sujeito.                   
Estão constantemente a construir barracas, verem-nas a ser destruídas por máquinas enormes, serem mal-tratados, vaguearem por França, voltarem à Roménia, construir novamente barracas, serem expulsos da Roménia e voltarem para França, mais uma vez (entre muitas) e construir de novo as suas novas casas, que não passam de bocados de madeira, plásticos e todos os tipos de ‘’acessórios’’ possíveis e imaginários (que vão encontrando no lixo), para eu fique uma casa com capacidades mínimas de sobrevivência; ali, todos ajudam!
O objectivo do realizador, é mostrar o que aquele povo passa e mostrar, também, o seu lado porque (sejamos sinceros) nunca queremos saber o lado dos ''maus''!
São pessoas que mal conseguem arranjar trabalho e, quando arranjam, recebem muito pouco (cerca de 4€ por dia); são pessoas que são ''obrigadas'' a roubar e a pedir na rua, para que possam manter a sua sobrevivência e terem o que dar de comer aos filhos. Já estes, brincam, desumanamente, o dia inteiro, por entre as lamas que rodeiam as suas casas. A escola é uma coisa impensável para esta comunidade, visto que são nómadas, passam a sua vida de um lado para o outro (e porque assim são obrigados!) e o maior desafio é encontrarem um novo lugar para poderem habitar.
Normalmente, nunca ficam muito tempo no mesmo sítio porque a polícia expulsa-os sempre, aparecendo com as máquinas (chamadas de bulldozers) para destruir as suas barracas. Ainda mais desumano e surreal que isto, é uma parte do filme em que os polícias obrigam-nos a entrar para um comboio para se irem embora dali! Há algo mais desumano que isto? Já não existe liberdade ou é só por serem ciganos romenos?! As formas de reagir a estes momentos em que são ''despejados'' é muito diferente de pessoa para pessoa: uns choram, outros gritam; uns ficam estupefactos a olhar, outros reclamam; uns riem, outros chegam mesmo a arrancar cabelos!
Confesso que fiquei muito impressionada com o filme, não esperava que alguém pudesse viver nestas condições, tendo uma vida tão triste e instável! O pior de tudo, é que estes ciganos romenos vão para França com a esperança de terem uma vida melhor pois, supostamente, lá têm mais oportunidades de arranjar emprego e, assim, melhorar as suas vidas; mas não é bem assim... São expulsos da Roménia e vão para França de onde também são expulsos! Onde é que esta comunidade irá parar? ...
Embora tenha ficado um quanto tanto impressionada com o filme, gostei imenso pois mostra, da forma mais clara possível, como é que os ciganos romenos vivem! Recomendo vivamente a irem ver.

Rita Silveira 12ºF nº 25