domingo, 23 de janeiro de 2011

Prova de avaliação, a terceira

                          OBJECTIVOS PARA A 3ª PROVA DE AVALIAÇÃO

- Explicar em que consistem as representações sociais.
- Explicar os processos de elaboração das representações sociais.
- Reconhecer estereótipos.
- Distinguir símbolo de estigma.
- Referir as funções dos preconceitos.
- Identificar interacções sociais.
- Associar o conceito de interacção social com o conceito de acção social de Weber.
- Reconhecer que a Sociologia tem por objecto as interacções sociais e não os indivíduos.
- Caracterizar um grupo social.
- Reconhecer uma tipologia de grupos sociais.
- Distinguir grupos primários de grupos secundários.
- Reconhecer a articulação entre estatuto e papel social.
- Explicitar os atributos objectivos que estão na base da existência de estatutos sociais.
- Relacionar os estatutos sociais com a distribuição hierárquica dos membros de uma sociedade.
- Distinguir entre estatuto atribuído e estatuto adquirido.
- Identificar papéis e estatutos em diversas interacções.
- Reconhecer a multiplicidade de papéis e estatutos de cada indivíduo.
- Reconhecer a influência do estatuto numa interacção social.
- Identificar situações de conflito de estatutos.
- Reconhecer as diferentes capacidades dos indivíduos na interpretação dos diferentes papéis sociais.
- Relacionar papel e estatuto social com a especificidade do grupo e não do indivíduo.
- Explicar a importância estratégica que cada vez mais os diferentes grupos sociais atribuem a uma redefinição dos papéis sociais.
- Explicar a teoria da desorganização social baseada na anomia durkheimiana.
- Apontar críticas à teoria da desorganização social.
- Explicar a teoria interaccionista da “rotulagem” associando-a à qualificação do acto desviante e não ao acto transgressor em si.
- Reconhecer a influência do grupo na teoria da “etiquetagem”.

A lição


Tudo tem uma moral: é só encontrá-la.

A frase é de Lewis Carrol (matemático e romancista inglês), o criador de Alice no País das Maravilhas e também Alice através do Espelho.

Humpty Dumpy, em Alice através do Espelho, mantém esta troca de palavras com Alice:

«Quando emprego uma palavra, diz Humpty Dumpy com um ar de desdém, ela significa precisamente o que eu decido que ela significa, nem mais nem menos. – A questão que se coloca, diz Alice, é de saber se vós podeis não estareis a exprimir-vos por palavras relativamente a coisas diferentes. A questão é, diz Humpty Dumpy: quem é o senhor? É tudo.»

Cerca de 1 século mais tarde, em 1963, escrevia Howard Becker (não um matemático, mas um pianista amador de Jazz e sociólogo americano) em Outsiders:

«As normas são o produto da iniciativa de certos indivíduos, e podemos considerar aqueles que tomam essa iniciativa como os empreendedores de moral. Dois tipos de empreendedores reterão a nossa atenção: aqueles que criam as normas e aqueles que as fazem aplicar» (pag. 171, trad. a partir da tradução francesa, 1985).

Onde podemos descobrir actualmente aqueles que têm o poder de nos dar estas lições? Fica aqui esta pergunta.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Achegas sobre as interacções sociais

As interacções sociais não correspondem a actos isolados dos indivíduos. Mesmo quando esses actos detém um significado muito grande para os próprios. De resto, o termo de social está lá para nos relembrar que este tipo de interacções nos dá conta de que elas possuem um grau de organização apreciável. Daí que elas possuam um sentido e uma finalidade específica. Participar numa interacção social exige, deste modo, uma prévia socialização. Apenas um eu socializado poderá apresentar um «conjunto de atitudes organizadas pelas quais o indivíduo reconhece as expectativas dos outros e as consequências das suas acções» (Ferreira et al, Sociologia: 300). É assim que George Herbert Mead lança as bases de uma teoria das interacções sociais, a qual é uma das mais importantes em Sociologia. Nisto ele retoma o conceito de acção social de Weber, pelo qual a referência última dos nossos comportamentos quotidianos reside nas expectativas recíprocas que são do domínio do senso comum e nas finalidades da acção. O eu socializado que está pronto para poder participar nas mais variadas interacções sociais quotidianas torna-se por via disso um actor social capaz de realizar actos sociais.