segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Relatório da aula 27, por uma aluna


No dia 16 de Novembro, terça-feira, recebemos a visita da Doutora Catarina Delaunay, que nos veio apresentar a sua investigação sociológica acerca da procriação medicamente assistida (PMA). Para realizar esta investigação, foi essencial a teoria na sociologia da saúde e medicina e na sociologia da ciência e tecnologia. As delimitações do objecto empírico são: as controvérsias públicas, as tensões e os constrangimentos pessoais relativamente à fecundação tecnológica. A investigadora justificou a escolha deste tema dizendo que considera importante a compreensão dos novos valores sociais face à reprodução humana e o facto de a infertilidade já ser considerada um problema de saúde pública. Outros estudos sobre este objecto sociológico já foram realizados. Por exemplo: as normas judiciais e a construção social da infertilidade. A investigadora explicou-nos que, na PMA, a mulher é sujeita a maior pressão devido aos inúmeros tratamentos que tem de realizar. A imagem do homem, em relação a este tema, é mais passiva. Em Portugal, no ano de 2009, havia entre 100 a 150 mil casais inférteis. O Estado comparticipa em cerca de 67% dos tratamentos. Os tratamentos custam 4 mil euros por ciclo (tentativa) e os medicamentos 800 euros. Por ano, nascem apenas 1000 crianças segundo a utilização da PMA, o que é uma minoria, se considerarmos o número de casos existentes. Em relação aos dadores de esperma, a doação é grátis e anónima, não podendo ser paga. Em Portugal, não existem bancos de esperma, portanto, tem de ser importado, nomeadamente, de Espanha e dos países escandinavos. Uma das técnicas da PMA é a barriga de aluguer. Como em Portugal é ilegal, quem quiser utilizar esta técnica terá de se deslocar a outros países, como por exemplo, a Índia, a Ucrânia, alguns estados da América do Norte, etc. A PMA leva-nos a reflectir sobre os princípios e valores. A fecundação irá trazer questões como: Qual o grau de parentesco do dador? ; A criança tem o direito de saber a sua origem? ; Quando querem casar, como saberão que não irão casar com irmão ou irmã? ; O dador não tem qualquer direito sobre a criança?.

Na minha opinião, a vinda da investigadora foi muito útil, uma vez que, a infertilidade não é um tema muito conhecido na nossa sociedade. Fiquei a saber, como já referi, que em Portugal não existem bancos de esperma. Também serviu para nos alertar quanto a este problema, cada vez mais comum. 

Ana Marta 12ºF nº2

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