domingo, 14 de novembro de 2010

Relatório da aula 26, por uma aluna

«Durante a aula do dia 12 de Novembro de 2010, a turma 12º F assistiu a uma apresentação feita pela Dra. Cristina Cotovio, investigadora em Sociologia mas formada em Antropologia, sendo especialista em técnicas desta mesma área (entrevistas e observação participante).
Inicialmente começou por falar sobre a sua experiência profissional mas rapidamente se direccionou para o tema principal: “investigação de terreno em Ciências Sociais”. Principiou a apresentação por referir que quer a experiência etnográfica, quer as entrevistas requerem uma interacção social, sendo que o investigador se torna parte da investigação.
Deu seguimento distinguindo dois tipos de pesquisa: a pesquisa qualitativa e a pesquisa quantitativa. Segundo a Dra. estas são técnicas completamente diferentes não só a nível de recolha de informação, como também a nível da orientação e análise da mesma.
A primeira é um tipo de pesquisa indutivo, visto que partindo-se de indícios se vai construindo uma problemática, um modelo de hipótese. Existem dois tipos de técnicas de pesquisa qualitativa: a observação participante ou etnografia e a entrevista em profundidade ou não estruturada. Ambas são um exemplo de um método que não segue uma linha de fase, isto é, há avanços e recuos, tornando-se mais incerta.
Quanto a análise, seguindo a pesquisa qualitativa, esta é considerada mais complexa, dado que requer um tratamento mais aprofundado, na medida em que construímos as categorias a partir do que os actores sociais nos transmitem. Nas palavras da Dra Cristina “dependem da apreciação das perspectivas, culturas e «visões do mundo» dos envolvidos”. É necessário que o investigador se envolva com o grupo, obtendo a sua confiança e uma “visão de dentro” da situação, sendo o mais indicado para o estudo de processos sociais. Foi ainda mencionado a importância do tratamento das hipóteses, tendo que ser feita com base em critérios específicos: colocar os mesmos tópicos a toda a informação e explorar pormenores idênticos. Para finalizar o discurso sobre a pesquisa qualitativa, a Dra. deu um exemplo de um estudo feito através deste método: como é que as crianças são tratadas nas escolas.
Em relação ao segundo tipo de pesquisa – a pesquisa quantitativa – parte-se de hipóteses fechadas, isto é, pressupõem-se números ou intervalos que possam ser submetidos à manipulação estatística. E para exemplificar, a Dra. apresentou o seguinte estudo: o modo como as condições económicas e sociais influenciam os resultados escolares obtidos.
Em seguida, foram referidos os métodos etnográficos que, para além de terem de ser utilizados em diferentes momentos do tempo e em diversos grupos de pessoas, requerem um envolvimento, uma atitude imparcial e ainda uma adaptação ao grupo em estudo por parte do investigador, sendo testada não só a sua competência técnica como também as suas capacidades e qualidades pessoais. Existem quatro aspectos fundamentais numa observação participante: o observador, os fenómenos observados, a informação pretendida e o papel do observador, sendo considerado bastante importante na produção do diário de campo.
Para terminar a sua apresentação mencionou alguns aspectos importantes a ter em conta durante uma investigação: temos de ter cuidado com a impressão que podemos causar aos actores sociais; durante a observação participante temos de atender ao que é ou não importante registar; e as notas tomadas no momento, as notas de memória e as entrevistas registadas são dados que depois de recolhidos, serão rigorosamente analisados, sendo importante a não acumulação de informação.
Após a sua apresentação, a Dra Cristina prestou auxílio aos alunos da turma que lhe expuseram o seu tema e os métodos de investigação a utilizar de uma pequena investigação, solicitada pelo professor Pedro Caetano, que irão realizar ao longo do 1º período do ano lectivo 2010/2011».
 
Maria Soeiro, 12º F

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