terça-feira, 9 de novembro de 2010

Relatório da aula nº 21 - a qual contou com uma investigadora convidada -, por uma aluna

A aula de Sociologia contou desta vez com uma investigadora convidada - uma aula especial, e por isso há muito tempo desejada! -, a qual muito gentilmente acedeu em vir à escola explicar aos alunos as diversas fases de uma investigação concretizada por uma equipa da qual a investigadora fazia parte. A referência da sua exposição é a seguinte:

Sampaio, Leonor (2006) «Das Representações sobre Comportamentos de Risco à sua Prática e Consequências», in José Manuel Resende (coord.) O Lugar da Doença, do Corpo e do Sofrimento na Representação de Formas Identitárias de Doentes com VIH/SIDA, estudo financiado pela CNLCS. Lisboa: FCSH-UNL, pp. 1-163.

Aqui fica também o relatório da Marta:

«No dia 2 de Novembro de 2010, a Doutora Leonor Sampaio, disponibilizou-se para vir materializar uma matéria abordada na aula: a investigação sociológica. A Doutora mostrou-nos um powerpoint com uma investigação realizada por ela e pelo seu respectivo grupo da Universidade Nova de Lisboa. O tema da investigação era o número de casos infectados com HIV, mas o que interessava não era o número em si, era o porquê de estas não estarem registadas, colocando assim duas hipóteses: a de saberem, mas não quererem enfrentar essa realidade, ou então, por não terem conhecimento, por nunca terem realizado o teste. No início da investigação, apesar de lhes ser facultado financiamento [da Comissão Nacional de Luta contra a SIDA], depararam-se com o entrave de não conseguirem chegar a essas pessoas, por não estarem registadas e eles não conseguirem saber quem são as pessoas infectadas, ou então, por estas, se calhar, não quererem falar. Por isso, optaram por recolher uma amostra de 600 pessoas, 300 na FCSH e 300 na Faculdade de Medicina da UNL,mas estas pessoas foram quase escolhidas aleatoriamente, pois não foram seleccionadas, foi apenas distribuído um inquérito às pessoas que o grupo encontrava na esplanada, anfiteatro ou a passar pelos corredores. Mas, antes de inquirir estes alunos, realizou-se uma exploração em revistas, jornais, leituras estatísticas, entrevistas e observações directas para descobrir o que estava subjacente ao facto de estas pessoas não estarem registadas. Para se entrevistar estas pessoas teve de haver um treino para os entrevistadores, pois estes têm de ter uma postura diferente, de acordo com o entrevistado, e em temas como o do HIV tem de se estar preparado psicologicamente para o que se vai ver e ouvir. Depois de serem recolhidos os inquéritos, as 600 pessoas (eram alunos por serem a faixa etária mais aberta, disponível e sincera), realizaram-se estatísticas (tabelas) para relacionar os vários conceitos (variáveis), como por exemplo, o sexo e o facto de se saber que se está infectado. No inquérito, menos de 40 pessoas assumiram estar infectadas com o vírus. Destes inquéritos, foram extraídas as conclusões, mas este estudo não pode ser generalizado, porque, como foi acima mencionado, as pessoas não foram escolhidas aleatoriamente (ou seja, não tiveram as mesmas probabilidades de serem escolhidas).

Na minha opinião, foi uma apresentação bastante clara e esclarecedora. Foi bastante importante ser-nos mostrada uma investigação realizada, em vez de darmos apenas teoria».

Marta Carvalho
12º F

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